Visualizações de páginas da semana passada

sábado, 23 de julho de 2011

Sindromes de Tourette e Sinddrome do Pânico, nos ambientes escolares como Agir?
Na escola, dispersão, dificuldade em terminar as tarefas, pedidos constantes para sair da sala. Isso sem falar nas manias estranhas. Um aluno com esse perfil talvez não seja necessariamente mal-educado: ele pode ter algum tipo de distúrbio comportamental, que afeta, também, o rendimento escolar. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a Síndrome de Tourette e a Síndrome do Pânico podem comprometer as funções motoras e psicológicas de crianças e adolescentes e, caso não sejam diagnosticados e tratados da forma correta, podem incapacitar profissionalmente seus portadores.
Muitas vezes, o aluno pode apresentar mais de um transtorno simultaneamente. “Não é incomum que um paciente com TOC apresente também a Síndrome de Tourette ou tenha crises de pânico”, afirma o psiquiatra Fernando Asbahr, coordenador do Ambulatório de Ansiedade na Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP).
As pessoas que desenvolvem algum tipo de transtorno têm predisposição biológica para tal, explica Maura Carvalho, vice-presidente da Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (Astoc). “São fatores biológicos, aliados a fatores psíquicos e sociais, que desencadeiam os transtornos”, explica. “Com essa predisposição biológica, uma situação de estresse pode fazer com que a criança ou o adolescente comece a desenvolver tiques, por exemplo.”
Metade das pessoas que sofrem desses transtornos na idade adulta já apresentava sintomas antes dos 18 anos. Estima-se que, no Brasil, 4,5 milhões de pessoas tenham o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, entre crianças e adultos. Nas crianças, o mais comum é que o TOC se manifeste entre 9 e 12 anos, mas ele pode ocorrer em crianças mais jovens.
Nas escolas- Silvana Leporace, coordenadora do serviço de orientação educacional do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo (SP), afirma que cada vez mais adolescentes são


diagnosticados com Síndrome do Pânico. “Nas escolas, tem aparecido mais, mas atribuo também à melhora dos diagnósticos. Antes, ficávamos sem saber do que o aluno sofria.”

As escolas têm um papel importante no diagnóstico e acompanhamento dos alunos que sofrem de TOC, Síndrome de Tourette ou Síndrome do Pânico. “Muitas famílias esperam a escola se manifestar sobre os filhos”, afirma Silvana. “Como temos uma amostragem maior de crianças, conseguimos identificar quando alguma coisa está errada.”
Segundo ela, caso haja mudança de comportamento, o primeiro procedimento é comunicar aos pais. “Quando notamos alguma coisa errada, chamamos a família do aluno”, afirma. “Mas é uma coisa muito pensada, tomamos muito cuidado nessa aproximação, porque é muito difícil para os pais admitir que o filho tem problemas.”
O diagnóstico precoce é fundamental. Leda Nascimento, proprietária da pré-escola Espaço Vivavida, em São Paulo (SP), conta que geralmente são os professores que percebem alguma mudança de comportamento. “Eles passam mais tempo com os alunos e conseguem perceber quando alguma coisa está errada”, afirma. “O trunfo do diagnóstico é o professor”, confirma Maura Carvalho. “Ele pode identificar os sintomas logo no início e possibilitar que essa criança receba o tratamento adequado e tenha uma vida digna.”
Segundo Silvana Leporace, a escola deve acolher o aluno e mostrar que ela estará lá para o que ele precisar. “Nós trabalhamos o aluno, a família e os funcionários da escola para dar todo apoio de que a criança e o adolescente precisam. “O ideal, diz, é que a escola mantenha contato com o aluno mesmo que ele precise se manter afastado por um tempo. “Ligamos, mandamos e-mail, pedimos notícia. Tentamos demonstrar que o mais importante é que ele se recupere.”
É essencial, segundo Maura Carvalho, que as escolas sejam maleáveis no tratamento dos portadores desses distúrbios: “As pessoas precisam saber que os alunos não fazem isso de propósito, para provocar, que é uma doença, e que os portadores precisam da cooperação de todos para melhorar.”

 

“Uma professora me chamou de louco, falou que ia chamar o hospício para me internar”, diz Rodrigo Morais Abrhão, de 21 anos. Seu caso mostra como o preconceito pode afetar a vida de um portador de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). “Sempre fui inquieto, mas nunca tive problemas em tirar notas altas.”
Rodrigo conta que só obteve o diagnóstico correto de sua doença aos 14 anos. Durante esse tempo, foi discriminado. “Meus colegas de sala não chegavam perto de mim porque eu tinha muitas manias e, com isso, problemas de relacionamento.” No último ano do Ensino Fundamental, ele passou um mês tendo aulas na biblioteca porque os professores consideravam que ele atrapalhava o restante da sala: “Apenas um professor ia me explicar a matéria na hora do intervalo.”


Mesmo após o diagnóstico correto, o colégio afirmou que não estava preparado para lidar com um aluno portador de TOC. “A preocupação dos diretores era preservar o ambiente da escola”, afirma. “Eles achavam que, se eu permanecesse lá, não ia ser o ambiente saudável e familiar do qual eles se orgulhavam tanto.”
Cinco anos após o começo do tratamento com remédios e terapia, Rodrigo consegue controlar os tiques. “Sei que vou ter de me policiar todos os dias, para sempre, mas cada pessoa acha sua maneira de conviver com isso; eu achei a minha.”

 


SÍNDROME DE TOURETTE
A Síndrome de Tourette é um distúrbio neurológico conhecido também como transtorno de tiques. Os movimentos involuntários, que podem ser motores ou vocais, tornam-se incontroláveis se não for dado o tratamento correto. Os mais comuns são piscar os olhos, fazer caretas, repuxar os ombros, pigarrear, fungar e emitir ruídos. Alguns casos mais complexos podem ocorrer, como a necessidade de pular, cheirar alguma coisa, repetir palavras ou frases inteiras. Os tiques tendem a se tornar mais freqüentes em situações de estresse. “Se uma criança é recriminada por causa dos tiques na escola, por exemplo, é bem provável que esses tiques piorem por causa disso. É preciso muito cuidado”, afirma Maura Carvalho. Com o tratamento adequado, os portadores da Síndrome de Tourette conseguem ter controle sobre os seus movimentos.


TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um distúrbio de ansiedade que se caracteriza pelas manias. “É como se a criança usasse um sistema para se proteger da angústia, da ansiedade”, explica a psicóloga clínica Elizabeth Brandão. “Ela acaba realizando rituais que, às vezes, com o tempo, nem precisam mais dos pensamentos para serem desencadeados.” “Em geral, só percebemos quando há o exagero”, afirma o psiquiatra Fernando Asbahr. “Se uma criança não consegue sair do banho porque se sente contaminada, por exemplo.” Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, contar os objetos, checar muitas vezes a mesma coisa. “A frase que caracteriza o TOC é ‘tenho que’”, afirma Maura Carvalho. “As pessoas que sofrem desse transtorno sabem que o que estão fazendo não é normal, mas precisam fazer aquilo.” O TOC geralmente é diagnosticado quando os sintomas estão evidentes. As pessoas que sofrem de TOC tendem a esconder a doença. “Elas sabem que estão fazendo algo que não é normal, mas têm receio de procurar ajuda’, afirma Asbahr.

SÍNDROME DO PÂNICO
“A coisa menos difícil do mundo é diagnosticar a Síndrome do Pânico”, afirma Elizabeth Brandão. A pessoa tem um medo agudo, a sensação de total incapacidade de lidar com coisas do dia-a-dia.” Segundo Fernando Asbahr, os sintomas dessas crises são abruptos. “A pessoa começa a suar frio, ter tremedeiras, como se tivesse um revólver apontado para sua cabeça; ela acha que vai morrer a qualquer momento.” A Síndrome do Pânico também é um transtorno de ansiedade, assim como o TOC. Brandão explica que as crises estão se tornando cada vez mais comuns em crianças e adolescentes. “As crianças estão expostas às mesmas coisas a que nós, adultos, estamos. Elas acabam desenvolvendo mecanismos para assimilar essas informações.”

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Uma reflexão sobre a educação especial e a educação inclusiva no Brasil





Rede SACI
20/12/2004

Saiba as diferenças entre os dois segmentos

Cristian Elvis Fernandes e Silvia Carla Lopes*
Resumo
A educação, em geral, tem por necessidade básica o interesse pela pesquisa e, principalmente, a colocação em prática, para que exista realmente uma educação de qualidade onde todos, sem exceção, tenham acesso a ela.
Para que isso realmente aconteça todos os profissionais e pessoas envolvidas devem sempre se atualizar, pois, sendo assim, a educação inclusiva e a educação especial serão uma só educação onde os portadores de necessidades educativas especiais terão seus direitos respeitados.
O esclarecimento é o enfoque principal deste trabalho para o entendimento real e significativo dos profissionais da área, que na maioria das vezes desconhecem a importância e a diferença da educação especial e inclusiva.

Introdução
Com o presente artigo pretendemos levar ao conhecimento e discussão sobre esse desafio que é verdadeiramente incluir os portadores de necessidades especiais não somente na escola, mas em um contexto mais amplo que é a sociedade. Sentimos a necessidade de esclarecer alguns pontos que permeiam a educação (educação especial e a educação inclusiva).
Para que a educação seja realmente uma realidade no qual todos aprendam o verdadeiro sentido de se tornar um cidadão pleno, antes temos um ideal que é o de elevar o conhecimento cultural a todos, sem exceção. Isso inclui, é claro, os portadores de necessidades especiais. Mas, antes, temos que esclarecer o que é educação especial e educação inclusiva.

Educação especial
Almeida (Abril-2002 Revista Pedagógica), nos da uma idéia da verdadeira educação especial, seguindo os referenciais teóricos e práticos da educação.
Educação Especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades e, que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado.
A educação especial se trata de uma educação voltada para os portadores de deficiências, como deficiências auditivas, visuais, intelectual, física, sensorial, surdocegueira e as múltiplas deficiências.
Para que esses educandos tão especiais possam ser educados e reabilitados, é de extrema importância a participação deles em escolas e instituições especializadas. E que eles disponham de tudo o que for necessário para o seu desenvolvimento cognitivo. A mesma autora, nos apresenta uma visão sobre um ambiente mais apropriado às crianças com necessidades educativas especiais.
A Classe Especial é uma sala de aula preferencialmente distribuída na educação infantil e ensino fundamental, organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem do educando portador de necessidades educacionais especiais.
Na Classe Especial tentamos encontrar caminhos e meios facilitadores para a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais especiais, através de uma política de ação pedagógica, recursos educacionais mais individualizados e conta com o professor especializado.
A educação especial faz parte de "um todo" que é a educação, e ter o seu valor reconhecido é de fundamental importância para que os educandos tenham seu crescimento e desempenho educacional satisfatório.

Educação inclusiva
A educação inclusiva é uma educação voltada de TODOS PARA TODOS onde os ditos "normais" e os portadores de algum tipo de deficiência poderão aprender uns com os outros. Uma depende da outra para que realmente exista uma educação de qualidade. A educação inclusiva no Brasil é um desafio a todos os profissionais de educação.
Segundo Mrech (http://www.crmariocovas.org.sp.br/), neste texto a autora faz considerações sobre a educação inclusiva e nos da um panorama sobre a mesma.
O conceito de inclusão é:
- atender aos estudantes portadores de necessidades especiais na vizinhança da sua residência.
- propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes regular.
- propiciar aos professores da classe regular um suporte técnico.
- perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos diferentes.
- levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação com as crianças portadoras de deficiência.
- propiciar um atendimento integrado ao professor de classe comum do ensino regular.
O conceito de inclusão não é:
- levar crianças às classes comuns sem o acompanhamento do professor especializado.
- ignorar as necessidades específicas da criança.
- fazer as crianças seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as idades.
- extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo.
- esperar que os professores de classe regular ensinem as crianças portadoras de necessidades especiais sem um suporte técnico.
A educação inclusiva tem de atender esses educandos com qualidade, mas tem que dar condições e especializações aos profissionais, para que os objetivos e o desenvolvimento aconteçam.
Percebemos ao longo da história e, também na atualidade, que a maioria dos profissionais envolvidos na educação não sabem ou desconhecem a importância e a diferença da educação especial e educação inclusiva. Por essa razão, veio a realização deste artigo para o esclarecimento das pessoas envolvidas na educação e interessados.
Primeiramente, quando descobrimos uma determinada deficiência em uma pessoa ela deveria ser encaminhada aos profissionais especializados: psicólogos, neuropediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e pedagogos especializados, entre outros. Isso é de extrema importância para o desenvolvimento físico e também cognitivo desse educando tão especial.
Segundo Sá (http://www.espacoacademico.com.br/ julho de 2002), a educação destas pessoas tem sido objeto de inquietações e constitui um sistema paralelo de instituições e serviços especializados no qual a inclusão escolar desponta como um ideal utópico e inviável. Para autora, o sujeito com deficiência é um "aluno especial", cujas necessidades específicas demandam recursos, equipamentos e níveis de especialização definidos de acordo com a condição física, sensorial ou intelectual.
Colocando dessa forma, Sá nos leva a uma reflexão: a educação tem que ser algo maior e único ou fragmentada?.
Mudando a postura e as concepções por parte de nós educadores e pesquisadores, consideramos as diferenças como sendo atributos naturais da humanidade.

A criança especial e a escola normal
A criança portadora de necessidades especiais, como qualquer outra criança tem o direito de cursar uma escola e ter expectativas em relação ao seu futuro. Mas infelizmente, ainda no século XXI, existe um preconceito exagerado por parte da sociedade em geral e o mais grave: por parte daqueles que deveriam vir a lutar e dar exemplos dentro de uma sociedade, que são os educadores. Isto infelizmente ocorre em todo o segmento educacional brasileiro. Mas ainda existe pessoas e profissionais que vem trabalhando para minimizar essa vergonha que é o preconceito por parte dos educadores.
Como vem realizando a Psicóloga Marilda Da Silva na escola Carlos Saloni, em São José dos Campos (SP), onde aos poucos foi abrindo espaço para crianças com os mais diferentes tipos de deficiências. Ela relata que as crianças a ensinaram muito, melhorando-a como profissional e também como ser humano. Ela enfatiza que a diferença só acrescenta.
No início, como tudo que é novo causa muitas ansiedades, foram necessárias reuniões periódicas com todos os profissionais, mas hoje os encontros são mais esporádicos. Todas essas reuniões serviram de estímulo para esses profissionais, pois as aulas foram melhores preparadas enfatizando a socialização.
Infelizmente, essa é uma realidade e um sonho distante, de realmente incluir essas crianças em escola comum e atingir todos os objetivos, almejados por pessoas como por exemplo Hellen Keller.
(Publicação Comemorativa do Centenário de Nascimento de Hellen Keller -Editada pela Fundação Para o Livro do Cego no Brasil - 1980). Hellen Keller, nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia Estado de Alabama USA. Ao 18 meses ficou surdocega, devido a uma doença que foi diagnosticada na época como febre cerebral. Passou os seus primeiros anos de sua infância sem orientação adequada, até a chegada de sua professora Anne Sullivan, em março de 1887. A menina Hellen, aos 7 anos, ainda não falava e não compreendia os significados das coisas. Com o auxílio da professora Hellen, aprendeu a comunicação de sinais, o alfabeto manual, o sistema Braille e, com dez anos de idade, ela aprendeu a falar.
Com muita força de vontade cursou a faculdade de Filosofia, também aprendeu diversos idiomas. Ao longo de sua vida Hellen Keller escreveu inúmeros artigos e livros: "O Mundo em que Vivo", "A História de Minha Vida", entre outros. Hellen Keller faleceu aos 88 anos em sua casa "arcan Ridge", em 1968.
Hellen Keller foi uma grande heroína, apesar de ser uma surdocega. Com o auxílio da digníssima Profª Anne Sullivan viajou por todo o mundo dando uma grande contribuição para o avanço de políticas educacionais para a melhoria da qualidade do ensino e de vida dessas pessoas.
Enfim, todos podem aprender e ensinar, e também ensinar e principalmente aprender.

Oportunidade de aprender
Márcia Maurílio Souza,(Do sentido pelos sentidos para o sentido - E. Masini - 2002) nos apresenta um testemunho que emociona e simplesmente nos leva a refletir sobre o que nós educadores podemos fazer em nome de um sentimento, sendo o mais sublime deles o amor.
Ela inicia seu relato com um questionamento: o que se espera de uma mãe de uma criança deficiente? Sempre o óbvio... que fale de suas frustrações ao descobrir um filho que não é perfeito; de suas ansiedades e pela procura da "cura" e, por fim, que fale de seu amor pelo seu filho e o quanto ele é maravilhoso.
Mas a história é contada de uma outra forma, e não deixa de ser diferente das demais.
Ela pensa que a vida reservou para ela e a filha esse dom de ser "especial" e colocou nela esta "luz" que é a Elis, uma menina muito carinhosa, sorridente, cheia de ternura e amor. Elis nasceu com insuficiência cardíaca, com comprometimentos motores sérios (quadriplegia), enfrentou cirurgias, gessos e terapias sem fim até conseguir dar seus passos sozinha; mesmo com mãozinhas que nunca seguravam e ainda se movem de maneira desajeitada, consegue expressar palavras e pensamentos em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Sempre buscamos tratamentos e profissionais da melhor qualidade para ela, o que, na maioria das vezes, significa pagá-los. Sempre nos sentimos indignados pela falta de atenção e despreparo que o Estado dá às nossas crianças, chegando quase a ignorá-las. Os poucos serviços gratuitos que são oferecidos em sua maioria são precários, a não ser em hospitais-escolas, que em sua infra-estrutura, possuem profissionais especializados e, em sua maioria, interessados pela evolução da criança.
Ao final disso meu trabalho foi reconhecido quando fui convidada a atender alunos surdocegos e múltiplos deficientes sensoriais na AHIMSA (Associação Educacional para a Múltipla Deficiência), colocando assim em práticas suas experiências.
Na educação em geral é necessário, pesquisa, interesse e amor pelo semelhante. Já na educação especial e educação inclusiva é preciso tudo isso em dobro.
Carvalho (Removendo Barreiras para a Aprendizagem Educação Inclusiva -2000), em seu trabalho, ressalta sob enfoque da esperança, os movimentos em prol da qualidade de vida dessas pessoas e a crença de que a conscientização da sociedade acerca de seus direitos e de suas potencialidades terão eco, mais cedo ou mais tarde. A possibilidade de construirmos cenários otimistas a movimentos a partir dos movimentos para a inclusão/integração dessas pessoas, o que significa oferecer educação de qualidade para todos.
Segundo Sobrinho e Maujorks (Pesquisa em Educação Especial: O desafio da Qualificação - 2001) as pesquisas no Brasil dirigidas às pessoas com necessidades educativas especiais sugerem a concentração da produção do conhecimento nos programas de Pós-Graduação stricto sensu sob a forma de dissertações e teses. Essa produção do saber, entretanto, deveria estar diluída nos demais segmentos, envolvendo desde o ensino básico até os estágios mais avançados do sistema educacional. Os resultados dessas mesmas pesquisas talvez pudessem ser adequadamente utilizados para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com necessidades educativas especiais.

Conclusão
Esperamos que esse artigo venha a acrescentar positivamente a educação no Brasil, pois não podemos ficar calados diante dessa situação onde essas crianças tão especiais não estão sendo educadas e preparadas para a vida em sociedade. E nem a sociedade está sendo preparada para lidar com esses educandos. Que esse artigo possa levar os leitores a uma reflexão e uma ação por parte de todos. Espero também que tanto os órgãos governamentais quanto os não governamentais e as universidades possam criar políticas pedagógicas para beneficiar ainda mais os nossos educandos, fazendo com que a sociedade brasileira valorize a diversidade humana. Assim, será possível se fazer a verdadeira educação inclusiva. Para isso, temos que valorizar a educação especial pois é ela que nos dá suporte para que o aluno portador de necessidades educativas especiais possa vir a ser incluídos em toda sociedade. Por essa razão, ela é de fundamental importância para que a postura em relação à educação seja outra, a de educar a todos com qualidade sem exceção.

Referências Bibliográficas
KELLER, Hellen publicação comemorativa - editora Fundação para o Livro do Cego no Brasil - 1980.
SOUZA, M. Do Sentido Pelos Sentidos Para o Sentido - Elcie F. Salzano Masini - Ed. Vetor - São Paulo - 2002 (63-64).
SÁ, E. A Educação Inclusiva No Brasil: Sonho ou Realidade? -http://www.espacoacademico.com.br/ - 2002.
SILVA, M. Crianças Especiais - A Crianças especial a Escola -
http://www.espacoacademico.com.br/ - 2002.
FALCINE, M. Inclusão: Um Sonho Real - http://www.espacoacademico.com.br/ - 2002.
SOBRINHO, Francisco. Naujorks, I Pesquisa em Educação Especial: O Desafio Da Qualidade - Ed. EDUSC, 2001.
CARVALHO, R. Removendo Barreiras para a Aprendizagem- Educação Inclusiva. Ed. Mediação - 2000.

*Cristian Elvis Fernandes, aluno do curso de Pedagogia da Universidade do Sagrado Coração de Bauru, membro da Associação Brasileira de Surdocegos (ABRASC), e do Grupo Brasil de apoio aos surdocegos e ao múltiplo deficiente sensorial.
*Silvia Carla Lopes, estudante de Pedagogia da Universidade do Sagrado Coração, professora da Rede Estadual de Ensino do Estado de SP e monitora de Cristian na Universidade.
E-mail de contato: silvia_usc_lopes@hotmail.com